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Laboratório de Cravinhos se prepara para a produção da fosfoetanolamina

Lote do composto deve ficar pronto em abril e gerar 350 mil cápsulas. Substância vai ser usada para testes anunciados pelo governo estadual.

O laboratório PDT Pharma, de Cravinhos (SP), recebeu as máquinas necessárias para a produção da fosfoetanolamina sintética e pretende iniciar a sintetização do composto para os testes anunciados pelo governo estadual na próxima semana. Pesquisadores e representantes do laboratório se reuniram nesta terça-feira (22) para definir como vai ser feito o trabalho e o primeiro lote, de 35 kg, deve gerar cerca de 350 mil cápsulas.

Distribuída pela USP de São Carlos por causa de decisões judiciais, a fosfoetanolamina é alardeada como cura para diversos tipos de câncer, mas não passou por testes em humanos, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos.

“Hoje estão chegando os equipamentos e a gente vai fazer a qualificação desses equipamentos. Depois de qualificados, a gente vai escrever os documentos que são POPs, procedimentos operacionais padrão, e também adequar ao Manual de Boas Práticas de Fabricação exigido pela Anvisa”, explicou a farmacêutica Ana Paula Silva.

Após as qualificações, Ana Paula explicou que a Vigilância Sanitária tem de ir ao laboratório verificar se todos os aspectos estão adequados e, a partir daí, há o aval para a produção. “O primeiro lote deve ficar pronto até abril”, afirmou.

Do laboratório, o composto será encaminhado para a Fundação para o Remédio Popular (Furp) de Américo Brasiliense, responsável por encapsular a substância, e em seguida para o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), que vai coordenar os testes em humanos.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, na primeira fase, serão avaliados 10 pacientes para determinar a segurança da dose que vem sendo utilizada na comunidade. Após essa primeira etapa, caso o composto não apresente efeitos colaterais graves, a pesquisa prosseguirá com até mil pacientes.

Primeiros testes e opinião do pesquisador
Paralelamente à pesquisa realizada no Estado de São Paulo, o governo federal está realizando estudos com a substância em laboratórios. Os primeiros relatórios dessas análises apontaram que o composto não é mais eficaz do que quimioterápicos em células isoladas e recomendaram testá-lo em seres vivos, de forma a avaliar sua integração com o organismo.

Para o químico Gilberto Chierice, que desenvolveu a substância na USP, o primeiro resultado já era esperado por causa do método utilizado, que ele chamou de inadequado. Segundo o pesquisador, a fosfoetanolamina funciona como um marcador de células doentes. “Tubo de ensaio não tem fígado, então foge totalmente do mecanismo da fosfoetanolamina. Ela tem que entrar no trato disgestivo, trato do sanguíneo, veia porta do fígado, é colocado dois ácidos graxos e ela caminha para a célula”, disse.

Ele acredita que outros testes podem comprovar a eficácia. “O correto seria pegar um animal, porque o metabolismo animal contribuiria tanto para o quimioterápico, que tem que ser comparado, como a fosfoamina”, afirmou.

março 22, 2016

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